Formação em Psicanálise Amefricana

Vagas limitadas!

A Formação em Psicanálise Amefricana é uma formação livre, ética e reconhecida, que integra os fundamentos da psicanálise clássica com as epistemologias afro-diaspóricas e ameríndias, as filosofias do cuidado ancestral e a crítica decolonial.

  • Abordagem crítica ao eurocentrismo;
  • Exercícios práticos de individuação, sombra e arquétipos;
  • Inclusão de diversidade racial, de gênero e cultural;
  • Fundo de bolsas rotativo para garantir acesso afirmativo.

Formação 100% on-line

Vagas afirmativas para pessoas negras

Matrículas a partir de 15/11

 

Duração total: 30 meses (2 anos de aulas + 18 meses de estágio/TCC)

Carga horária semanal: 3h/aula (encontros síncronos) + atividades complementares

Para quem é: Nosso curso é destinado a pessoas que tenham ensino médio completo ou graduação em qualquer área, e desejam se qualificar para atuar na escuta psicanalítica a partir de uma perspectiva amefricana, afrocentrada e comunitária.

Matriz Curricular

Ano 1: - Módulos e Carga Horária(400h)

1. Fundamentos da Psicanálise Freudiana (Teoria e Técnica) – 100h
  • O inconsciente, pulsões e sexualidade.
  • Primeira e segunda tópica freudiana.
  • Técnica: associação livre, interpretação e transferência.
  • Críticas afrocentradas: o inconsciente pode ser também território ancestral?
  • Estrutura edípica e crítica cultural.
  • Diálogo com mitos afro-brasileiros e orixás.
  • Escuta na encruzilhada na clínica.
  • O sujeito do inconsciente é efeito de linguagem.
  • Desejo como falta-a-ser.
  • Significante, cadeia significante e metáfora paterna.
  • Crítica: e quando a língua materna foi silenciada pela colonização?
  • Diagnóstico estrutural e suas funções na clínica.
  • O simbólico, o imaginário e o real.
  • Limites eurocêntricos da universalização estrutural.
  • Revisão desde a colonialidade e as práticas simbólicas africanas e ameríndias.
  • Introdução aos arquétipos e imagens simbólicas.
  • O inconsciente coletivo.
  • Arquétipos e ancestralidade africana.
  • A universalidade questionada: mito, símbolo e diversidade epistêmica.
  • Leituras e debates a partir de autores/as negros, indígenas e quilombolas
  • Relação entre psicanálise clássica e epistemologias do sul.
  • Exercícios de análise de casos clínicos com perspectiva amefricana.
  • Escuta na encruzilhada na clínica.

Ano 2: - Módulos e Carga Horária(600h)

1.Fanon: Racismo, Alienação e Descolonização do Psiquismo – 60h
  • Análise de Pele Negra, Máscaras Brancas e Os Condenados da Terra.
  • Racismo e alienação do eu.
  • Violência colonial e suas marcas psíquicas.
  • Fanon como base para uma clínica insurgente e política.
  • Neusa Santos
  • Isildinha Baptista: A cor do inconsciente
    • Subjetividade negra, racismo e clínica crítica no Brasil.
  • Lélia Gonzalez: Amefricanidade como categoria político-cultural.
  • Filosofia Ubuntu e ética do cuidado comunitário.
  • Corpo, oralidade, tempo circular e memória ancestral.
  • Filosofias ameríndias: corpo-terra, sonho e espírito.
  • Cura como reconexão com o território e o encantamento.
  • Quilombo como categoria política, espiritual e terapêutica.
  • O cuidado como prática de reexistência.
  • Filosofia do encantamento e do território.
  • Oralitura e contracolonialidade como práticas clínicas.

1. Interseccionalidade e subjetividade

  • Conceito de interseccionalidade (Crenshaw, Lélia Gonzalez, Carla Akotirene).
  • Identidade como encruzilhada: raça, gênero, classe, sexualidade e religião.
  • Os efeitos da norma branca, cis-heteropatriarcal e colonial no psiquismo.

2. Clínica com corpos dissidentes

  • Descolonizar o olhar clínico sobre pessoas LGBTQIAPN+.
  • Corpo como território de prazer, resistência e espiritualidade.
  • Acolhimento de travessias de gênero e sexualidade em contextos afrocentrados.

3. Capacitismo, envelhecimento e invisibilidades

  • O corpo com deficiência e a clínica da diferença.
  • Envelhecer como rito ancestral e não como perda.
  • Afeto e cuidado intergeracional nas comunidades negras e tradicionais.

4. Espiritualidade e diversidade religiosa

  • Cuidar sem colonizar o sagrado: o terapeuta frente à fé do outro.
  • O terreiro, a igreja e o templo como espaços de saúde mental comunitária.
  • Ética da escuta inter-religiosa: o axé e o Espírito em diálogo.

 

  • Discussão de casos clínicos sob perspectiva decolonial.
  • Uso dos Itan dos Orixás como chaves interpretativas simbólicas.
  • Dinâmicas de escuta comunitária e tecnologias de encruzilhada.
  • Exercícios de sombra, arquétipos africanos e individuação afrocivilizatória.

Ano 3: - Módulos e Carga Horária(480h)

1. Clínica Escola (Atendimentos Supervisionados) – 200h
  • Atendimentos individuais e em grupo com população diversa, especialmente comunidades negras e periféricas.
  • Aplicação prática dos fundamentos da psicanálise amefricana.
  • Registros clínicos e devolutivas coletivas.
  • Experiência com escuta comunitária e terapias afrocivilizatórias.
  • Discussão de casos acompanhados na Clínica Escola.
  • Supervisão coletiva e individual.
  • Integração da teoria clássica, crítica decolonial e práticas afrocentradas.
  • Construção de postura ética, política e espiritual na clínica.
  • Apresentação de casos e relatos de experiência clínica.
  • Interlocução com lideranças comunitárias, terreiros e quilombos.
  • Discussão de práticas interdisciplinares de cuidado.
  • Trocas com profissionais convidados/as da saúde mental e da espiritualidade.
  • Rodas de escuta e palavra como tecnologia terapêutica.
  • Experiência formativa em terreiros, quilombos, comunidades tradicionais.
  • Dinâmicas de Ubuntu e vivências coletivas de cuidado.
  • Articulação da clínica com a dimensão espiritual, ancestral e cultural.
  • Produção escrita ou projeto clínico-pedagógico relacionado à psicanálise amefricana.
  • Orientação coletiva e individual.(conforme disponibilidade dos orientadores (1 encontro síncrono + orientações por e-mail e/ou whatsapp).
  • Defesa pública ou apresentação em seminário final.
  • Incentivo à publicação em coletânea da formação.

Clínica Escola – Formação em Psicanálise Amefricana

Objetivo:

Oferecer ao aluno experiência prática supervisionada em escuta clínica afrocentrada, articulando teoria, análise pessoal e supervisão dentro da proposta amefricana.

Estrutura

  • Início: a partir do 2º ano (Mês 13 em diante).
  • Duração: 18 meses (2º e 3º ano da formação).

Atividades:
1. Atendimento Clínico Supervisionado – escuta individual e grupal de pacientes da comunidade, com foco na população negra e diáspora africana.
2. Supervisão Clínica – encontros regulares em grupo com supervisores psicanalistas amefricanos.
3. Diário de Caso e Registro Clínico – fichas simbólicas de acompanhamento, respeitando sigilo e ética afrocentrada.
4. Clínica Coletiva e de Encruzilhada – rodas de escuta, terapias comunitárias e espaços de cuidado não convencionais, inspirados em práticas de terreiro, quilombo e Ubuntu.

Carga Horária da Clínica Escola

  • Atendimentos clínicos: 200h (mínimo de 2 casos em andamento).
  • Supervisão: 120h (grupo e individual).
  • Seminários clínicos: 80h (apresentação e discussão de casos).
  • Clínica coletiva/comunitária: 60h (dinâmicas em grupo, círculos de escuta, práticas de terreiro).

Total Clínica Escola: 460h

Quadripé Amefricano de Formação

A proposta formativa da Psicanálise Amefricana sustenta-se no Quadripé Amefricano de Formação, que amplia o tripé clássico da psicanálise e integra dimensões ancestrais e comunitárias do cuidado. Ele é composto por quatro pilares complementares:

1. Análise Pessoal – percurso de autoconhecimento, elaboração subjetiva e reencontro com a ancestralidade.

2. Supervisão Clínica – acompanhamento ético e técnico da prática de escuta, fortalecendo a responsabilidade do analista frente ao outro.

3. Formação Teórico-Prática – estudo sistemático da psicanálise clássica e das epistemologias afro-ameríndias e decoloniais, articulando teoria, clínica e território.

4. Vivência Comunitária e Ancestral – inserção em experiências de cuidado coletivo, terreiro, roda e axé como espaços legítimos de formação e transmissão de saber.

Eixos Transversais do Quadripé Psicanalítico

Durante todo o curso — com duração de 30 meses — o(a) estudante deverá cumprir os seguintes eixos estruturantes:

Análise Pessoal (obrigatória e individual)

  • Frequência recomendada: 1 sessão semanal.
  • Carga horária mínima: 100 horas ao longo da formação.
  • Justificativa: elaboração subjetiva, implicação clínica e compromisso ético com a própria escuta.

Observação: a análise pessoal não está incluída no valor da formação. O(a) aluno(a) poderá realizá-la na Clínica-Escola Amefricana ou pelo Projeto Aquilombamente, mediante valores sociais.

Supervisão Clínica (coletiva e individual)

  • Período: 2º e 3º anos da formação.
  • Modalidade: supervisionada em grupo, com possibilidade de supervisão individual adicional.
  • Estimativa: 120 horas coletivas (individuais opcionais).

As supervisões individuais não estão inclusas no valor da formação. O(a) aluno(a) poderá realizá-la com supervisores da Formação ou externos, mediante comprovação de horas.

Formação Teórica e Prática
  • Atividades: aulas, seminários, leituras e práticas supervisionadas.
  • Carga horária total: 340 horas (distribuídas entre o 1º e o 2º ano).
  • Conteúdo: teoria psicanalítica clássica, pensamento decolonial, saberes afro-ameríndios e fundamentos da clínica ancestral.

 

Síntese da Estrutura Curricular do Quadripé Psicanalítico
EixoCarga HoráriaPeríodo
Teoria e Prática600h1º e 2º anos
Análise Pessoal100hao longo dos 3 anos
Supervisão Clínica120h2º e 3º anos
Vivência Comunitária e AncestralIntegrada aos módulos e projetoscontínua
Resultados esperados
  • Formação de psicanalistas amefricanos com experiência prática consistente.
  • Desenvolvimento de escuta clínica crítica e decolonial.
  • Produção de TCC fundamentado em casos clínicos, experiências comunitárias ou pesquisa afrocentrada/ameríndia.

 

Carga Horária Total: 1.600h
  • Teoria e seminários:: 1000h
  • Análise pessoal: 100h (mínimo, paralela a toda a formação)
  • Supervisão: 120h
  • Clínica Escola/Estágio: 340h
  • TCC pesquisa e orientação individual: 40h

 

Calendário da Formação em Psicanálise Amefricana (2026–2028)

AnoInícioRecesso (julho)RetornoTérminoFérias de VerãoDia das Aulas
1º Ano18/02/202616/07–04/0805/0816/1217/12/26–16/02/27Quartas-feiras
2º Ano17/02/202715/07–03/0804/0815/1216/12/27–15/02/28Quartas-feiras
3º Ano16/02/202813/07–01/0802/0813/12/2028Quartas-feiras

Observações Gerais

  • Duração: 30 meses (3 anos letivos).
  • Carga horária total: 1.600h.(teoria + leituras obrigatórias + aulas assíncronas).
  • Encontros semanais: quartas-feiras, das 19h às 22h (3h/aula).
  • Férias de inverno: duas semanas de julho de cada ano.
  • Férias de verão: entre dezembro e fevereiro de cada ano.
  • Feriados e recessos prolongados serão compensados com atividades assíncronas (leituras, rodas de axé, supervisões simbólicas).

Reconhecimento Legal e Natureza da Formação em Psicanálise Amefricana

1. A Psicanálise como Campo Autônomo e Laico

A psicanálise é reconhecida no Brasil como uma ocupação autônoma pelo Ministério do Trabalho e Emprego, conforme a Portaria nº 397, de 09 de outubro de
2002, que institui a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) sob o código 2515-50. Essa classificação legitima o ofício do psicanalista como uma prática livre, laica e independente de conselhos profissionais, cujo exercício é pautado por critérios éticos e metodológicos definidos pelas próprias instituições psicanalíticas formadoras.
A psicanálise, portanto, não é uma especialização acadêmica, mas uma formação específica, orientada por princípios clínicos, éticos e epistemológicos próprios. Por não estar vinculada à medicina, psicologia ou religião, é considerada uma ciência laica, podendo ser exercida por qualquer pessoa que tenha cumprido uma formação psicanalítica reconhecida.

2. Amparo Constitucional e Jurídico

O exercício da psicanálise é amparado pelo Artigo 5º da Constituição Federal, especialmente pelos incisos:
II – “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”; XIII – “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.”
Como não há lei que restrinja ou regulamente a psicanálise, ela é entendida como atividade de livre exercício profissional, desde que observadas as normas éticas e formativas das instituições competentes. Assim, o psicanalista é um profissional autônomo, com liberdade de atuação assegurada pela Constituição e pela CBO nº 2515-50.

3. A Formação em Psicanálise Amefricana

A Formação em Psicanálise Amefricana é uma formação livre, ética e reconhecida, que integra os fundamentos da psicanálise clássica com as epistemologias afro-diaspóricas e ameríndias, as filosofias do cuidado ancestral e a crítica decolonial. Nosso curso é destinado a pessoas que tenham ensino médio completo ou graduação em qualquer área, e desejam se qualificar para atuar na escuta psicanalítica a partir de uma perspectiva amefricana, afrocentrada e comunitária.

A proposta formativa sustenta-se no Quadripé Amefricano de Formação, composto por:

1. Análise Pessoal – percurso de autoconhecimento, cura e reencontro com a ancestralidade;

2. Supervisão Clínica – acompanhamento ético e técnico da prática de escuta;

3. Formação Teórico-Prática – estudo da psicanálise clássica e das epistemologias africanas e decoloniais;

4. Vivência Comunitária e Ancestral – inserção em experiências de cuidado coletivo, terreiro, roda e axé como espaços legítimos de transmissão de saber.

4. Titulação e Ética da Formação

Ao concluir integralmente o percurso formativo, o(a) estudante receberá o Título de Psicanalista Clínico(a) e Psicanalista Amefricano(a), conferido pela instituição formadora, em conformidade com o código CBO nº 2515-50 do Ministério do Trabalho e com as diretrizes da formação livre em psicanálise.
O título de Psicanalista Clínico(a) reconhece a capacidade técnica, teórica e ética para o exercício da escuta psicanalítica em diferentes contextos. Já o título de Psicanalista Amefricano(a) reconhece a inserção do analista numa epistemologia afrocentrada e decolonial, que entende o inconsciente como território histórico, ancestral e comunitário — lugar onde a cura se faz também como reexistência e reconexão com o axé.
Contudo, mais do que títulos, a psicanálise é uma ética de ser e de escutar. A formação não se encerra com o certificado: ela é contínua, viva e comprometida com a transformação de si e do mundo. Ser psicanalista é estar sempre em formação, escutando o outro e a si mesmo como exercício ético de responsabilidade e humanidade. Na Psicanálise Amefricana, essa ética é também ancestral: é o
compromisso de cuidar da palavra como se cuida de um axé, de reconhecer no silêncio a memória de um povo, e de fazer da escuta um gesto político, espiritual e comunitário.

Títulos Conferidos

  • Psicanalista Clínico(a)

     

  • Psicanalista Amefricano(a) – Formação Livre em Psicanálise Amefricana, com ênfase em Clínica Decolonial, Escuta Ancestral e Cuidado Afrocentrado.

Observação: o conteúdo da grade curricular poderá ser acrescentado ou atualizado conforme o desenvolvimento da formação e as diretrizes pedagógicas do Projeto Aquilombamente.

Pré Inscrição

Matrículas abertas a partir de 15/11!

Os(as) pré-inscritos(as) receberão notificação por WhatsApp e/ou e-mail com as orientações para efetivação da matrícula.

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Formação em Clínica Decolonial Afrodiaspórica

Por meio da integração de cruzos de saberes, o curso prepara os participantes para atuar de forma culturalmente sensível e socialmente engajada, valorizando a ancestralidade e promovendo o cuidado ético e inclusivo.

Grupo de estudos de psicologia afrocentrada

O grupo de estudos é on-line com aulas gravadas, encontros mensais, sábado, horário 14h-15:45h.

Inscrição Supervisão Afrocentrada

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